RADIOGRAFIA URBANA
RADIOGRAFIA URBANA
(em 3 atos)
Analmente, anormente, afere-se a quem retratou. E ao que fuja do contexto era seu e indagou : - Que porra é essa meu irmão ??? Pra que isso serve ?, Era, a biografia do redemoinho, de um vento imundo que por décadas varre os corredores de pedras do centro da velha urbe. Serviriam essas declarações para amenizar as máscaras de um momento histórico desgraçado, mas infelizmente seus autores estão envolvidos na transformação dos mesmos, seria impossível fugir ...
I. Nada pior que o descaso é se iludir com o futuro, a semente uma vez atirada poucas chances terá para germinar. As clonagens dos fatos justificam a estagnação social. A mente dos mais fracos gira sob pressão covarde e exploração mesquinha dos que se detém do poder das informações. Informação, sim, esse é o plus, “determinate plus” penetrando na composição central. O nosso direito pleno de divulgarmos nossas reflexões, subvertidas ou não. O canto aqui então toma formas apolíticas de apoio aos desgovernos, à biodinâmica psicofísica das ações virais que se multiplicam para desestabilizar as ordens vigentes.
II. Os cadáveres que marcham fazem ruídos. Todos estão expostos ao grande sanatório público em que a nação se transformou. A brasa que arde no coração do país é a da dor e do sofrimento. E sensibilizante é sentir a dignidade, nos calos e rugas, no desgaste dos desesperados. A vanguarda já não obstante em derrubar seus diversos inimigos na frente de batalha, agora também distribui sopas aos convalescidos da guerra. Distribui muitas vezes cultura, transformando a fome generalizada num grande caldeirão cultural.
III. Um momento poético de essência cheguevariana e lamarquista de turbulência ideológica fenomenal, com a destruição plena da moral e da noção de espaço-tempo. Seus sulcos expostos na realidade mostram que o convívio social chega ao seu ponto máximo de dissonância psicológica, de sincretismos psicossomáticos, de idealismos políticos e econômicos e doenças espirituais. “Nosso povo esta doente, sedento de valores simbólicos!”, encharcados de cachaça, lexotan, prozack, adoçantes e crack, caminham sem saída para fábrica de sabão.
Transfiguram-se novos armamentos para guerrilha mental. A involução acelerada mostra que por diversas vezes devemos aprender com os mais novos e educar os mais velhos.
Romper com a normalidade se torna uma missão, onde deveremos assumir diversos papéis no cenário da vida. O que seremos na calamidade dos ossos ?
COLETIVO RADIOATIVIDADE
Maio - 2005
1 Comments:
Nossa
Foi para isso que nosso guerrilheiro cultural estendeu seu apelo
para realçar os valores bio étnicos e as conexões em rede... nada como um atuante contextador de massas subvertidas tão tristes e tão divertidas, para calcar os valores dos seres enquanto matéria pois só a carne é capaz de sentir a voracidade de palavras tão benevolentes e julgadoras...
Muito Bom
afere-se quem retratou
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